Artista é a única cantora brasileira a receber, pelo conjunto da obra, o prêmio Louis Ganne, da França. Com uma obra que atravessa gerações, ela prepara novo show em parceria com Márcio Macêdo. Nazaré Pereira levou o som da Amazônia à Europa ainda na década de 1970 Divulgação Era final dos anos 70, toda aquela ebulição política e cultural no mundo ocidental. Uma mulher cabocla, filha de seringueiro e, como ela mesma diz, “criada na selva”, ganhava a Europa tocando a música da Amazônia. Nazaré Pereira, criadora do hit imortal “Xapuri do Amazonas”, percorreu uma trajetória cinematográfica até se tornar uma das primeiras vozes do Norte do Brasil a reverberar no exterior, onde fez história. Ela é a única cantora brasileira a receber, pelo conjunto da obra, o prêmio Louis Ganne de Música Cantada, honraria concedida por celebrados autores e editores de música franceses. Nazaré Pereira conta sobre o começo da carreira na Europa Prestes a completar 50 anos de carreira, Nazaré prepara seu novo show. “Saudosa Natureza” é o título de um espetáculo inédito, em parceria com o músico paraense Márcio Macêdo. A dupla se apresenta no dia 10 de novembro, às 19 horas, no Teatro Municipal de Ananindeua, no Parque Cultural Vila Maguary. Nazaré lançou discos na França, e apenas a partir de 1988, começou a produzir discos no Brasil Divulgação Nazaré Pereira é cantora, compositora, atriz e dançarina, com muitos álbuns e canções para contar poeticamente sua história. Natural de Xapuri, no Acre, tendo se mudado para Belém aos sete anos de idade, ela se consagrou na França, onde vive até hoje. Em Belém, ela se apresenta regularmente, despertando a admiração de artistas de diferentes gerações. Recentemente, Nazaré foi homenageada no Festival Lambateria, em Belém, com um show sobre sua obra, reunindo as cantoras Lia Sophia, Luê, Naieme e Taynara Garcia. “Eu nasci e passei anos da infância no meio de uma floresta, floresta braba, numa localidade a seis horas de Xapuri, e a minha inspiração vem muito daí, da minha família. A música brasileira sempre foi uma potência mundial, as pessoas adoram. Eu mostrei um Brasil que ninguém conhecia e as pessoas se espantaram”, conta Nazaré. Com um repertório majoritariamente em português, Nazaré Pereira fez do próprio corpo uma forma de expressão universal, Nazaré chegou a lançar dez discos autorais no Brasil e na França, além de ser responsável por levar a Paris, para um show conjunto, seu grande parceiro Luiz Gonzaga, em 1982, com quem compôs “Acre Doce”. Luiz Gonzaga e Nazaré Pereira no Teatro Bobino, em Paris Divulgação “Eu tive a sorte de ter feito teatro, porque falo pouco em cena, mas explico tudo através da dança, dos movimentos, dos gestos. Cada música eu transformo em um pequeno monólogo teatro, e viajo”, analisa. Encontro de gerações “Carimbó é sangue, bandeira do lugar”, cantava Márcio Macêdo em 2008, quando Nazaré Pereira o viu pela primeira vez, no palco do Festival da Canção Ouremense, em Ourém, nordeste do Pará. A canção “Bandeira do lugar”, escrita por Márcio, venceu o festival naquele ano e inspirou uma amizade que se fortalece em projetos conjuntos. Nazaré é uma artista que, nas palavras dele, consegue “invadir o coração das pessoas com sua pureza”. “Saudosa Natureza” conjuga o repertório de ambos e pode ser definido, nas palavras de Nazaré, como um show “sonhado”. Márcio Macêdo e Nazaré Pereira falam sobre o novo show que reúne os dois artistas O Brasil de Nazaré Pereira é ponto de partida de “Saudosa Natureza”, espetáculo que tem, naturalmente, a Amazônia como centro de tudo. “São muitas músicas, o repertório dela é imenso, eu também tenho minhas próprias canções, então a gente canta juntos várias músicas dela, xotes e carimbós. Vamos cantar também clássicos do cancioneiro brasileiro, como 'Cuitelinho' e 'Estrada do sertão'. Ela diz que esse é um show sonhado, com músicas pra gente mergulhar em um ambiente poético, romântico, brasileiro”, define Márcio Macêdo. Festejado em prêmios e festivais de música dentro e fora do Pará, Márcio Macêdo faz do motor criativo de sua obra autoral as diferentes expressões musicais da Amazônia brasileira. “Negro sol”, uma de suas composições mais famosas, é um lundu transformado em canção de amor. “Eu sempre fui muito ligado a essa questão da musicalidade nortista e, desde cedo, admiro o trabalho da Nazaré. Ela inspira pelo talento, mas também pela luta. É uma mulher do norte, que nasceu em um lugar onde a próxima casa ficava a quatro horas de distância”, lembra o artista, que alega viver, nesse trabalho com Nazaré, um momento muito especial de sua história com a música. “Ela tem uma trajetória muito grande, muito importante, muito digna. Pra mim, esse show é um marco na minha carreira”, garante. O convite para o show “Saudosa Natureza” partiu de Nazaré Pereira, que, segundo Márcio Macêdo, é uma artista interessada no diálogo de gerações. “A Nazaré é muito moderna, cabeça aberta. Ela deve ter se identificado com a Europa por causa disso. Às vezes, eu acho que sou até mais careta que ela”, diverte-se. Nazaré Pereira e Márcio Macêdo subirão ao palco acompanhados por Gileno Foinquinos, nas guitarras, Príamo Brandão, no contrabaixo, e Rafael Barros e Heraldo Santos, nas percussões. O espetáculo terá a participação especial do cantor e compositor Mário Mouzinho, residente e atuante na cidade de Ananindeua, cuja história se entrelaça com a de Nazaré há muitos anos, em espetáculos, álbuns e canções. Serviço: Nazaré Pereira e Márcio Macêdo no show “Saudosa Natureza”. Participação especial: Mário Mouzinho. Dia 10 de novembro, às 19h, no Teatro Municipal de Ananindeua (Parque Cultural Vila Maguary, Av. Cláudio Sanders, 3360 - Centro, Ananindeua). Ingressos pelo Sympla. VÍDEOS: veja todas as notícias do Pará em g1 Pará
'Nascida na selva', Nazaré Pereira se consagra na Europa com a música da Amazônia e anuncia novo show
Piemonte Escrito em 31/10/2024
Artista é a única cantora brasileira a receber, pelo conjunto da obra, o prêmio Louis Ganne, da França. Com uma obra que atravessa gerações, ela prepara novo show em parceria com Márcio Macêdo. Nazaré Pereira levou o som da Amazônia à Europa ainda na década de 1970 Divulgação Era final dos anos 70, toda aquela ebulição política e cultural no mundo ocidental. Uma mulher cabocla, filha de seringueiro e, como ela mesma diz, “criada na selva”, ganhava a Europa tocando a música da Amazônia. Nazaré Pereira, criadora do hit imortal “Xapuri do Amazonas”, percorreu uma trajetória cinematográfica até se tornar uma das primeiras vozes do Norte do Brasil a reverberar no exterior, onde fez história. Ela é a única cantora brasileira a receber, pelo conjunto da obra, o prêmio Louis Ganne de Música Cantada, honraria concedida por celebrados autores e editores de música franceses. Nazaré Pereira conta sobre o começo da carreira na Europa Prestes a completar 50 anos de carreira, Nazaré prepara seu novo show. “Saudosa Natureza” é o título de um espetáculo inédito, em parceria com o músico paraense Márcio Macêdo. A dupla se apresenta no dia 10 de novembro, às 19 horas, no Teatro Municipal de Ananindeua, no Parque Cultural Vila Maguary. Nazaré lançou discos na França, e apenas a partir de 1988, começou a produzir discos no Brasil Divulgação Nazaré Pereira é cantora, compositora, atriz e dançarina, com muitos álbuns e canções para contar poeticamente sua história. Natural de Xapuri, no Acre, tendo se mudado para Belém aos sete anos de idade, ela se consagrou na França, onde vive até hoje. Em Belém, ela se apresenta regularmente, despertando a admiração de artistas de diferentes gerações. Recentemente, Nazaré foi homenageada no Festival Lambateria, em Belém, com um show sobre sua obra, reunindo as cantoras Lia Sophia, Luê, Naieme e Taynara Garcia. “Eu nasci e passei anos da infância no meio de uma floresta, floresta braba, numa localidade a seis horas de Xapuri, e a minha inspiração vem muito daí, da minha família. A música brasileira sempre foi uma potência mundial, as pessoas adoram. Eu mostrei um Brasil que ninguém conhecia e as pessoas se espantaram”, conta Nazaré. Com um repertório majoritariamente em português, Nazaré Pereira fez do próprio corpo uma forma de expressão universal, Nazaré chegou a lançar dez discos autorais no Brasil e na França, além de ser responsável por levar a Paris, para um show conjunto, seu grande parceiro Luiz Gonzaga, em 1982, com quem compôs “Acre Doce”. Luiz Gonzaga e Nazaré Pereira no Teatro Bobino, em Paris Divulgação “Eu tive a sorte de ter feito teatro, porque falo pouco em cena, mas explico tudo através da dança, dos movimentos, dos gestos. Cada música eu transformo em um pequeno monólogo teatro, e viajo”, analisa. Encontro de gerações “Carimbó é sangue, bandeira do lugar”, cantava Márcio Macêdo em 2008, quando Nazaré Pereira o viu pela primeira vez, no palco do Festival da Canção Ouremense, em Ourém, nordeste do Pará. A canção “Bandeira do lugar”, escrita por Márcio, venceu o festival naquele ano e inspirou uma amizade que se fortalece em projetos conjuntos. Nazaré é uma artista que, nas palavras dele, consegue “invadir o coração das pessoas com sua pureza”. “Saudosa Natureza” conjuga o repertório de ambos e pode ser definido, nas palavras de Nazaré, como um show “sonhado”. Márcio Macêdo e Nazaré Pereira falam sobre o novo show que reúne os dois artistas O Brasil de Nazaré Pereira é ponto de partida de “Saudosa Natureza”, espetáculo que tem, naturalmente, a Amazônia como centro de tudo. “São muitas músicas, o repertório dela é imenso, eu também tenho minhas próprias canções, então a gente canta juntos várias músicas dela, xotes e carimbós. Vamos cantar também clássicos do cancioneiro brasileiro, como 'Cuitelinho' e 'Estrada do sertão'. Ela diz que esse é um show sonhado, com músicas pra gente mergulhar em um ambiente poético, romântico, brasileiro”, define Márcio Macêdo. Festejado em prêmios e festivais de música dentro e fora do Pará, Márcio Macêdo faz do motor criativo de sua obra autoral as diferentes expressões musicais da Amazônia brasileira. “Negro sol”, uma de suas composições mais famosas, é um lundu transformado em canção de amor. “Eu sempre fui muito ligado a essa questão da musicalidade nortista e, desde cedo, admiro o trabalho da Nazaré. Ela inspira pelo talento, mas também pela luta. É uma mulher do norte, que nasceu em um lugar onde a próxima casa ficava a quatro horas de distância”, lembra o artista, que alega viver, nesse trabalho com Nazaré, um momento muito especial de sua história com a música. “Ela tem uma trajetória muito grande, muito importante, muito digna. Pra mim, esse show é um marco na minha carreira”, garante. O convite para o show “Saudosa Natureza” partiu de Nazaré Pereira, que, segundo Márcio Macêdo, é uma artista interessada no diálogo de gerações. “A Nazaré é muito moderna, cabeça aberta. Ela deve ter se identificado com a Europa por causa disso. Às vezes, eu acho que sou até mais careta que ela”, diverte-se. Nazaré Pereira e Márcio Macêdo subirão ao palco acompanhados por Gileno Foinquinos, nas guitarras, Príamo Brandão, no contrabaixo, e Rafael Barros e Heraldo Santos, nas percussões. O espetáculo terá a participação especial do cantor e compositor Mário Mouzinho, residente e atuante na cidade de Ananindeua, cuja história se entrelaça com a de Nazaré há muitos anos, em espetáculos, álbuns e canções. Serviço: Nazaré Pereira e Márcio Macêdo no show “Saudosa Natureza”. Participação especial: Mário Mouzinho. Dia 10 de novembro, às 19h, no Teatro Municipal de Ananindeua (Parque Cultural Vila Maguary, Av. Cláudio Sanders, 3360 - Centro, Ananindeua). Ingressos pelo Sympla. VÍDEOS: veja todas as notícias do Pará em g1 Pará